terça-feira, 29 de dezembro de 2009

"Patente"

Resolvi inventar um texto novo pois até as palavras já existentes escapam a descrição do que sinto.
Resolvi ser inédito ao tentar reformular sentidos que lhe cobrem. Resolvi quebrar paradigmas, romper sinais e ser único. Ser um. Não. Sermos dois. Ser pleno assim... Sem esse clichê de: "sermos um só". Ah! To cansado desse lugar comum, desse jeito universal deveras duvidoso. Prefiro ditar a minha moda.
Chega de "eu te amo!"
Basta de "estou apaixonado!"
Não ao "não paro de pensar em você!"
As vezes esse bordões me enojam. Se duvidar até inimigo diz. Todos usam. Todos surram.
Usam pra tudo: qualquer sentimentozinho, qualquer aventura.
Não sei.
Tenho a impressão enjuada desses assuntos.
É. Radical.
Tem dias que é bom estar assim.
Está tudo banalizado, vagabundo.
Até as palavras estão.
Sim.
Usa-se "eu te amo" pra tudo.
Mentem e dizem "meu amor".
Traem e culpam a "paixão".
Matam porque o "amor" acabou.
E então eu uso tais palavras assim? Já prostitutas? Já traídas?
As denotações andam às avessas.
Nem os vebos são bem conjugados nem os sujeitos precedem fins.
É tudo "o contrário". Sim. " Ao contrário" seria se estivesse do lado certo.
Confesso.
Meu lado é o lado... Ah deixa pra lá.
Devaneios:
A palavra deve ser o vômito daquilo que o peito não aguenta guardar.
Deve vir consequênte, não como causa. Deve ser produto, não matéria-prima.
É preciso sentir... sentir... sentir... e depois sim escrever "eu sinto".
É preciso usá-las com responsabilidade.
Palavra não é PALAVRÃO.
Por isso resolvi codificar... Formular o meu alfabeto... Minha rima...
Rascunho... texto... risco... e sentimento.
E por isso digo original,virgem e emblemático:


!!!!   Estou tônico  !!!!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

É preciso dizer.

Nunca é tarde para se arrepender, pra voltar atrás e pedir desculpa.
Outro dia estava pensando justamente nisso. Como somos orgulhosos e não exitamos
ao bater no peito e dizer " só me arrependo daquilo que não fiz".
Tolices...
Mentira...
Engano...
Eu sempre amadureci revendo meus erros, vivendo as ciladas, culpando meus atos.
Mesmo falhos, mesmo sendo injusto comigo mesmo, cobrando respostas sem ter perguntas
e rodando a faca numa ferida feita - por vezes até necessária - hoje me arrependo de ter agido assim.
Mas reconheço o salto corajoso que dei na vida. Ninguém sabe. Só eu sei. E só a mim interessa.
Fui frágil, fui fraco, fui covarde ( as vezes ainda sou). É tão difícil não virar refém de si mesmo. Estamos
sempre nos culpando, nos julgando, acusando nossos atos, ponderando nossas escolhas, refazendo o certo,
desdizendo o errado que nem sempre nos redime.
Ditando a ética no nosso "manual da verdade absoluta".
E existe verdade absoluta? Quem dita somos nós? Quem dita sois vós? Eu dito?
Sim... medito.
Fui mal dito.
MALDITO!
É preciso abrir a boca e reconhecer o erro, é preciso olhar para trás e pedir perdão, é preciso constatar que
um dia errou, mesmo que para você tenha sido um acerto. As evidências as vezes nos cegam. É preciso duvidar, desconfiar de si por vezes. Temos o dom, o fetiche do ego de sermos os donos da verdade. De sermos a própria verdade. De estarmos sempre certos.
Tolices...
Mentira...
Enganos...
Nunca é tarde para se arrepender. Sem culpas...
Acho até que é necessário...
A gente sempre amadurece.
A gente sempre cresce.
Ah! E isso não é a verdade absoluta.
Nem sei se é a minha verdade...
Talvez seja apenas:
 Tolices...
Mentiras...
Enganos...

                       


sábado, 19 de dezembro de 2009

Burocrático.

Sentei-me destinado a escrever, predestinado a crer naquilo que sempre rabisco.
Faço isso sempre e confesso que sou inclinado à melancolia. Não à tristeza e sim
à candura que dela reflete.
Quando estamos magoados, quando algo nos aborrece, quando me sinto só,
quando quero e não tenho, quando posso e não quero, quando corro e escorrego ou quando paro e passam
por mim, logo me vem uma vontade de registrar, um refúgio em forma de códigos, de letras, de métricas.
Leio dentro de mim as palavras que transbordam em frases, formas e canção e assim vou me livrando...
Assim vou vivendo...
Assim morro e renasço sempre que cumpro a missão de aqui estar: expulsando de mim
tudo. Sentimento, pensamento, batimento e coração.
Hoje porém me senti burocrático. Parei e pensei " preciso escrever".
Realmente tudo parou nesse instante.
Nunca funcionou assim. Sempre que sentava, sempre que sento (acho) o ato da transcrição -
do músculo em giz, do peito em raiz, da dor um triz - dá-se inusitado. Quase psicográfico.
Hoje foi diferente. Senti falta da mecânica de escrever, da rotina acostumada, não de transcrever.
Desde então revisitei meu eu, assim sem pedir licença, e logo achei a resposta. Ao menos o dom da profecia.


Vi lá dentro uma onda imensa de felicidade que vinha alagando o corpo em chama.
Vi lá de dentro uma plenitude que não mais cabia em mim e procurava reserva.
Vi de fora que lá dentro nada queria sair.
Vi que tudo lá guardado nada tinha que sair.
Vi o avesso transfigurar, de dentro pra fora em mundo pra Bruno.


Assim...


Sentei-me destinado a escrever, predestinado a crer naquilo que sempre rabisco.
Agora arrebatado de felicidade, com a candura de uma melancolia que me inspira.
Mas com a verve da paixão que me faz parar.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

… tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara”


. Caio Fernando Abreu .
...
...
...
 
As pessoas falam coisas, e por tras do que falam há o que sentem, e por trás do que sentem, há o que são e nem sempre se mostra…”


. Caio Fernando Abreu in Morangos Mofados .
...
...
...
 
 
"Não sei, deixo rolar. Vou olhar os caminhos, o que tiver mais coração, eu sigo..."
 
. Caio Fernando Abreu .
 
...
...
...
 
Hoje fui atrás de Caio. Sentei na frente do computador e fui a sua procura. Grande surpresa! Amor à primeira vista, paixão na primeira lida, romance que se eternizará. Quando eu crescer quero ser como ele...
Se quero...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ali ...

Ali eu fui tão eu
que hoje sei, que hoje sou.
Ali solto fiquei que certo fui
que sonho passei.
Ali saudade soou.
Ali a vontade secou.
Ali lugar...
tempo momento riso troca
choro ego tudo nada, oratório meu.
Ali entre tantos e tortos fui
simplesmente eu.



quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Protagonista.

Hoje tive a sensação de estar em hipnose.
Parece estranho dizer isso mas senti o medo me tocar.
Foi um lapso, um instante de segundos que pude descer
de onde estava. Pousar as asas no chão e ver que não as tenho.
Uma loucura? Um transe? Não sei. Um estado de sublimação.
É como se eu estivesse imerso num portal, uma força magnética
me circundando. Um efeito anestésico em cima de mim.
O mundo parado. O tempo contínuo e eu em desalinho de mim mesmo.
Entre o tráfego de um ponteiro e o outro rompi a aura que me rodeava.
Essa energia tão única que me houvera enfeitiçado. Era a libertação
dos poros, o desejo despudorado, a entrega desregrada.
De súbito fui tomado pela crueldade que também mora em mim.
O medo brotou quase como um raio do meu peito e desaguou no canto do
olho numa tempestade desmedida. Veloz como um tiro.Inimigo como um
bandido.Tentando roubar de mim toda aquela alegria, aquele estado
sublime. O sono na nuvem. O despertar do sonho.
Então, engasgado com aquela realidade.Não mais hipnotizado, não mais
em transe, ciente de mim, rasguei com gritos e força aquele monstro que queria
me domar.
Não sou mais refém.
E não deixarei que o sonho termine.Que a magia vire obra do vizinho.
Chegou a hora.
Enfim, protagonista de mim mesmo.
É para ti...


sábado, 7 de novembro de 2009

Convite! É hora de formar...



De 13 a 22 de Novembro  (exceto dia 16, segunda-feira)
às 20hs no Teatro Martim Gonçalves.
Entrada Franca.
Direção: Jacyan Castilho


INDICAÇÃO 14 ANOS.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Catarse!





Resolvi escrever de passagem. Da passagem.
Assim sorrateiro, sem pouco me enraizar.
De viés, solto na roda, no vinho, na verdade.
Escrevo em perversão de mim mesmo.
Daquilo que me exorciza quando cuspo no papel,
da boca, o rito meu.
Daquilo que me santifica quando rasgo o rascunho,
do texto, na boca que só eu beijei.
Um ritual só meu, de torpor e loucura.
Um sacerdócio de pura poesia que enxergo só
e exerço a dois:
Entre o eu cego e aquele já mal visto.
Escrevo em transe.
No trânsito vazio dentre as ruas do meu peito.
Evoé pra quem te quer!


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Calejado.


Calejado!
De tanto sarar...
De tanto curar o que de mim machuca,
O que em mim machucam,
Crio bolhas sem regresso.
Convexo de calos e cicatrizes que de
mim apagam.
Marcam e somem.
Arde a pele, carne viva já putrefada.
Já fatigada de tanto remediar.
Peste infeliz.
Caleja e aleja meus impulsos.
Sinto-me aos fardos escorar em teu gelo,
Na frieza que meu fogo tanto se admite.
Na sina atroz que tanto tento curar.
Calejado de calar...
Alejado de dizeres...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Se...

Com vontade de falar...
A boca cheia...
Se engolir morro engasgado
mas se disser mato-me mais uma vez.
E eu que preferia o silêncio hoje
grito surdo.

Os olhos tive...
A boca um dia...
O cheiro até hoje.
Falta-me o tato.

Se engolir morro engasgado
mas se disser mato-me mais uma vez.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Já se foi o tempo das margaridas...
Já se é a era das orquídeas...
Já se tem rosas sem espinhos...
Já se ia o girassol em dias de domingo.
Já se tem tulipa no vale.
Já se vê o sol no canela.
Já se encanta com a chegada dela.
Já se esgotam as flores mais belas...
Já se sente ela.
As flores já se iam...
O sol já se pôs...
Mas ela permanece ali.
Sempre nas manhãs!
Já se an...

Parabéns meu orgulho gongo!
A Castilho.


domingo, 20 de setembro de 2009

To sem inspiração.
Sem piração.
Sem ação.


Inerte.


Com medo desse fantasma chamado:
Sanidade.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

...

Ser Canceriano é um Câncer!

sábado, 12 de setembro de 2009

Só linhas...

Sinto um livro inteiro querendo escapuliar da minha boca...
As letras, pintadas à giz de mim, rabiscam todo o cerne.
Palavras de amor... sílabas de angústia... frases que as vezes não se completam.
Verbos desmedidos... Acentos na letra errada... Vírgulas separando tudo.
Mesmo assim tento escrever... A grafia é legível. Demais até.
As vezes apago e reescrevo novamente.
Tento sublinhar o que já foi dito. Tento desenhar o texto sem título
Sem aspas...
Restos de grafite vão dando formas em meu peito.
A parede que divide o  dorso parece completamente escrita.
Engano meu. Sempre há um espaço aonde se possa pintar...
O texto toma volume, com folhas avulsas e uma longa estória
escrita à canetas do meu sangue, das minhas lágrimas e do meu riso.
Reescrevo um capítulo sem saber o fim.
Invento um verso sem métrica definida.
Ou uma prosa mal acabada, já repetida.
Sem meias interrogações ou perguntas...
Sem rasuras.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Pé virado...

Sabe quando o dia nasce noite?
Pois é... hoje fez-se o "azar".
Tudo deu errado.
Uma surpresa atrás da outra:
  • A casa não ficou vazia.
  • Não teve a companhia.
  • Um vírus pairou no ar.
  • Uma vontade rompida.
  • Uma peça podre.
  • Depois um convite infundado.
  • Uma bebida melosa.
  • Uma saudade gostosa
  • Um assalto
  • Um desespero
  • Um problema
  • Um carro batido
  • Um medo.
  • Alguns fantasmas
  • Um cansaço
  • Uma leve vergonha.
...E uma vontade desmedida de se tornar livre.
de transformar o erro em acerto. E de voar pra outras bandas.
Um ninho só meu!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Ode aos sentidos!

Gosto do segredo.
De ser, meu degredo.
Gosto do mistério.
Do misto, do etéreo.
Gôsto da nostalgia.
Do tino, melancolia.
Gosto da puta.
da prosa fajuta.
Gasto a poesia.
Gesto da alma.
Gozo no groove.
Gosto da calma.


Odeio segregar, o desejo de amar.
Odeio poesia, só aquela sem valia.
Odeio o destino, prefiro o acaso.
Ode aos Deuses do afeto!


Amo a ousadia.
Calo a fala e viro linha.


Intensamente gosto, odeio e amo.
Desgosta?
Então me odeie e vai amar.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Tu e Eu

(de Luís Fernando Veríssimo)


Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
Eu não sei onde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
- que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu,lipa
Eu,calipto.

Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobão
eu sou mais albônico.
Tu,fão.
Eu,fônico.

És suculenta
e selvagem
como uma fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu,piniquim.
Eu,ropeu.

Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss, eu um místico.
Tu,multo.
Eu,carístico.

És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu,cano.
Eu,clidiano.

Dizes na cara
o que te vem a cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu,tano.
Eu,femismo.

( Não resisti! Isso é muito bommm!!!!  lambuzados? eu tô!)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Herança.

Deixei guardado debaixo da pedra um pouco
de azul pra você pintar uma folha.
Mistura ela com o amarelo dos teus olhos
e germina então a erva desse amor.
Verde à ela a cor vista em dias de verão.
Ah! Deixei preso na varanda um pouco de fitas
pra você enfeitar o vaso marrom.
Dissolve um pouco da gota guardada no xaxim
e acrescenta uma pétala dos seus cabelos de algodão.
Depois derrama sobre o broto já crescido um pouco
de vermelho dos seus lábios junto à essência tirada
do pescoço. Desse perfume adubo capaz de
exalar o mais sublime aroma.
Rega desde o talo até a linha que finda a semente germinada.
Põe na sombra pra secar. Abrace com as mãos e deixe que
seu calor fomente a seiva. Quando ela jorrar dentre os seus dedos
cave um novo vaso.
A receita é simples.
O importante é cultivar o que nasce.
Sem se preocupar com a herança deixada.


em memória.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Meu coração palpita.
Um medo.
Uma felicidade.
Palpite?
É...
Palpita.

Crítica ao espetáculo Uma vez, nada mais! 29/08/09

Assisti "Uma vez, nada mais". Espetáculo de Teatro sob a Direção de Hebe Alves.
O romantismo feminino é o tema da história contada.A peça traz a rotina de duas mulheres apaixonadas que
perpassam pelo suspense, ironia, sofrimento e o trágico-cômico para dialogar com o público. Resolvi registrar.
Fui obrigado a escrever.Primeiro, embasbacado com a interpretação de Aícha Marques e Maria Menezes.O corpo e movimentos segmentados, a precisão das formas e mímicas bem como o alto grau de contracena levaram à mim a atenção mais que absoluta. Fiquei imprescionado com as técnicas e com o talento de ambas.
O universo do cinema mudo e das antigas novelas de rádio deram o "tempero" requintado da proposta
de encenação. Tive a falsa ilusão de estar assistindo a um filme de Chaplin ou coisa parecida. Mas não.
 Era gente viva ali na minha frente. Parecia mágica. Parecia filme. Era tudo isso. Uma confluência
de linguagens,de referências, de Arte. Nunca vi nada parecido. Se é ou foi original não me interessa.
Fui ganho pelos olhos. Longe de criticar ou pré julgar qualquer coisa fui roubado pela magia. Magia
essa tão comum quando se trata de Arte. Somos roubados e apaixonados.Não tem explicação. Por trás,
porém, sabemos que existem mecanismos, técnicas e muito trabalho. Suponho que muito ensaio.
A estória era muito simples. Aliás tudo era muito simples.Cenário, figurino, trilha, luz ( maravilhosa
por sinal, com vários efeitos). O "requinte", o tom picante, a delícia de quem via era justamente
poder saborear a simplicidade sobre a égide de uma interpretação rica, precisa e bem executada.
Outro ponto que me chamou muita atenção foi com relação a cumplicidade entre atrizes e aparatos extra palco: música, sonoplastia, luz. Tudo era milimétricamente marcado, preciso, conciso. O tempo do movimento seguia o tempo de um foco de luz, de um som, de uma pausa.Você nitidamente percebia o cuidado com o público. O zelo.O espectador percebe isso. Eu, por exemplo, me sinto respeitado, abraçado e principalmente bem representado,contemplado.
Estou aqui tentando achar um defeito, alguma crítica negativa ou sugestão. Mas confesso, não consegui achar.
Eu tentei. Mas realmente eu que estou "mudo" diante de tal beleza. Por isso escrevo, por isso recomendo:
Uma vez, nada mais! deveria ser chamado por "Várias vezes, nada mais" como metáfora dos olhos de quem vê.
do TEATRO. Parabéns equipe. Parabéns, mais uma vez - nada mais, para o teatro baiano.


Formatura!!!!!!!!!!!!

(Depoimento de Lara, roubado de Lara, acompanhado por Lara. Culpa  de quem? hahaha)

Esse depoimento foi encomendado. Bruno exigiu que eu escrevesse depois do nosso programão de domingo. Seja por gratidão ou por vingança, aqui estou cumprindo o prometido. Nada mais justo que dedicar a ele esta postagem.


- Chegamos num momento que quanto pior ficar, melhor – disse eu depois de termos esperado duas horas para pegar os ingressos.

Começou com um convite pelo MSN: vamos a uma formatura ?


Vamos.


Banho, vestido, maquiagem e estava pronta.


Chegamos.


Chuva. Levar ou não o guarda-chuva para a solenidade? Levamos junto com a “cara de compreensão” para não ficar tão feio.


O teatro estava lotado, estávamos SEM lugares para assistir.


Esperamos do lado de fora, vimos por um telão. Detalhe: telão SEM som.


Não podíamos ir logo para a festa e nem parar um lugar fazer hora: estávamos SEM convites. Pretendíamos pegar com a formanda ( pelo “pretendíamos” você já pode imaginar que alguma coisa deu errado).


Acabou a solenidade, gente saindo pela culatra. E agente procurando a formanda.


- São quantas formandas mesmo? Noventa e sete.


Jacaré achou ? Nem ele e muito menos eu que nem sabia qual a cara da moça.


Saldo da noite:


• Sem cadeira,

• Sem convite,

• Sem bebida alcoólica,

• Um amigo encontrado,

• Uma pizza no Habbi’s,

• Dois sucos de abacaxi com hortelã,

• Um frappé

• E muitas, muitas risadas ...

domingo, 30 de agosto de 2009

Um..dois..três... e???

Durante semanas vivi um quase.
Tudo chegava à beira.
Chegava no segundo que divide a vontade do prazer.
O quase tudo, o quase nada.
Do ímpeto, transfigurava em torpor.
Do desejo, um quase calado
... um quase contido.
Mas sempre ali, na linha tênue do sim e do não.
Um talvez.
Acontece que tudo acabou.
O quase aconteceu.
Uma vez, nada mais. É o início.
Tudo começa de novo
O quase agora é outro.
Agora desabafado, sublime e entregue.
Definitivamente descobri que sou um homem de quases
E meu consolo é saber que eles sempre são superados.
Por isso pulei do muro.
Quase desisti mas você me deu coragem.
Agora é tudo ou nada. Será?
Quase.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Rascunho...

Quero escrever e não consigo
Escrever, te quero em pensamento.
Consigo querer e escrevo.
Penso e, assim, contigo consigo.
Deixa eu te esccrever comigo.


....
....
....

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Poesia automática???

Vi um menino correndo e a casa amarela sobre os trilhos do trem me segurou pelas mãos. O zás tinindo mudo sobre o teto dela apaixonou-se pelo pequeno gato da rua. Eu subi na estante e de lá avistei um muro, um mundo que cabia nas minhas mãos. A roda passava na minha frente e comecei a pintar de verde, rosa e
amarelo limão. Pulei do alto e me deitei sobre o tapete de folhas pretas. A casa aos poucos ia se desmanchando em flor. Passei pelo lado da frente e pulei a ponte de panos coloridos. Depois molhei a face com a gota de um palhaço, uma lágrima vermelha que desceu do seu rosto e me pintou também...

Pintando...

Vou pintar tudo de azul...
Como não pensei nisso antes???

Desabafo...

Versejo o mesmo verso desde o inverno.
Sinto sucumbir a própria plenitude que outrora desejei.
Afago o pranto com letras e destrezas.
Revisito o infinito de mim, de me revelar
E transmutar a própria essência.
Capaz de adormecer o novo tom que se aproxima.
Cavo, curvo e sempre curo o espinho machucado em mim.
Quando se apagam os sóis e a nova aurora reluzir!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

"A remela no olho é o primeiro sinal da minha podridão. Quando durmo, tudo que de mim exala, tudo que se esconde e que escondo no esconderijo meu transborda do corpo e pede arrego. Procura um novo espaço pra que possa sair. Uma saída. Um vão que se abre e não se fecha. É quando expulso tudo que fede, tudo que pede e não pode. Os poros se abrem, a natureza elimina, esvazio, então, do corpo toda vontade reprimida, tudo o que é sujo vem à tona. Livro-me do excremento meu. Minto que estou limpo e torno a dormir."


( Trecho do curta "O Sinal". Roteiro Bruno de Sousa)

domingo, 23 de agosto de 2009

Pé de Saudae!

Ai que saudade da inocência
Dos tempos da picula e dos bombons da quitanda da frente.
Saudade das viagens de fim de ano. Dos passeios do fim de semana.
Das águas que já me beberam e nelas me atirei.
Das árvores que já subi pra tirar fruta alheia.
Pé de limão. Limoeiro.
Dos galhos que me sustentavam e do vento que entrava pela janela.
"Vai pra varanda brincar menino"!
Ai que saudade!
Do pé sujo de rua, do quarto de dois e do leite morno antes do afago,
do sono brando e sossegado.
Do moleque que jogava bola no vizinho.
Das tardes de domingo e do parque tão sozinho.
Saudade até do bicho papão que, escondido debaixo da cama,
impedia que eu pulasse do beliche.
Saudade do menino que chorava sem querer
Sorria ao amanhecer e na tarde rezava. Crescer.
"Volta menino! Volta pra sua casa!"
Volta pra peteca, pra o brinquedo e pro quintal.
Não deixa o algodão doce derreter...
Deixa aflorar um novo menino
Bola de gude virou saudade.
(Bate a porta com a chave dentro)
Ai! Quanta saudade!
Agora é tudo realidade
Pé de limão não é mais limoeiro...
Rega o pé. Aduba o pé. Cresce o pé.


Tanto pra dizer...


Nada pra falar...


Falo ao redizer...


Digo a fala ao ar...


Sei de tudo.


Sabe nada.


Finjo e mudo.


Calo a fala.


Redigo.


Atiro.


Alívio.


Me livro.


Grito.


Surdo no silêncio.


Escuto.


Um susto!


Custo...


Um curso...


Sussurro.


Engulo...


Mastigo...


Regurgito...


Assim vivo...


Uivo.


Vôo.

Digo!



17/07/2009
Viva Lara!
Ela me convenceu... rsrsrs

Eu vi... Aí escrevi... Crítica? Acho que impressões...

Fui arrebatado.
Um domingo que ,à principio, seria mais um dia de marasmo e

ócio, nada mais se tornou que uma "maquina" turbulenta, de

puro exercício emocional. Arrebatamento.

Tudo estava parado, calmo como de costume. Rotina. Domingo.

Até que de súbito um convite me veio à tona. Era o presságio.

A hora do turbilhão se vingar... Por dentro me senti tocado,

sentido, reflexivo. Acho que meu coração pensou. É possivel?

Ao passo que foi. Ao acaso. Ali, sentado. À beira de um precipício.

No alto dakele lugar, onde no fim, no centro daquele espaço, irradiou em mim

uma estória casual. Um caso. Um casal.

Voltei no tempo, nos tempos, e me peguei no hoje. Como as relações são frágeis.

Como o homem é mesquinho. Como ele é cruel. E como ele é vítima também.

Se o homem é uma maquina, é óbvio que ela é falha. Ela trabalha mas ela para.

E realmente parou... Ali, diante dos meus olhos. Da minha respiração que acompanhava cada

palavra dita. Cada gesto afetuoso. Cada grito eufórico. De Zé, de Nina, de tantos outros, Franciscos,

Madalenas, Fernandos ou Marias desse mundo afora. Os "eus" e "eles" absurdos e humanos. Ali

diante dos meus olhos. Do susto. Real. Realista. Quase surreal. Um texto. Um impasse. Uma arte.

Plínio me arrebatou. O senhor diretor mexeu nas minhas vísceras. Os atores me convenceram.

Me fez passear nos anos 68, 78, 88.. 2008 e outros que ainda hão de vir.

Quando as maquinas param... me parou!

Ali, inerte. Entre o gozo do riso e o choro engasgado na garganta.

Fui arrebatado!



16/08/09 ( Peça "Quando as máquinas param" -  Teatro Martim Gonçalves)
Voar...


Eu quero voar.

No ar, com as aves sonhar...

Flutuar.

Poder subir... subir...subir...

Virar nuvem.

Eternizar.

Passar pela roda gigante,

Ouvir o barulho do vento,

Sentir o silêncio dos céus...

Depois virar estrela cadente...

Passar pelos arco-íris, colorir..

Ah! eu quero voar..

Asas já não me faltam.
E lá vou eu...
Mostrar a escrita. Não a minha.
À minha.
Escrever é um dom.
Ocultá-lo é um crime.
Já dizia eu dentro de mim.
E lá vou eu...