terça-feira, 1 de setembro de 2009

Herança.

Deixei guardado debaixo da pedra um pouco
de azul pra você pintar uma folha.
Mistura ela com o amarelo dos teus olhos
e germina então a erva desse amor.
Verde à ela a cor vista em dias de verão.
Ah! Deixei preso na varanda um pouco de fitas
pra você enfeitar o vaso marrom.
Dissolve um pouco da gota guardada no xaxim
e acrescenta uma pétala dos seus cabelos de algodão.
Depois derrama sobre o broto já crescido um pouco
de vermelho dos seus lábios junto à essência tirada
do pescoço. Desse perfume adubo capaz de
exalar o mais sublime aroma.
Rega desde o talo até a linha que finda a semente germinada.
Põe na sombra pra secar. Abrace com as mãos e deixe que
seu calor fomente a seiva. Quando ela jorrar dentre os seus dedos
cave um novo vaso.
A receita é simples.
O importante é cultivar o que nasce.
Sem se preocupar com a herança deixada.


em memória.

2 comentários:

  1. Como é possível que você fale as minhas próprias letras, me roube as palavras, a pontuação, todos os verbos?

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  2. Menino!
    Transmimento de pensação entao
    rsrsrs

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