terça-feira, 29 de setembro de 2009

Se...

Com vontade de falar...
A boca cheia...
Se engolir morro engasgado
mas se disser mato-me mais uma vez.
E eu que preferia o silêncio hoje
grito surdo.

Os olhos tive...
A boca um dia...
O cheiro até hoje.
Falta-me o tato.

Se engolir morro engasgado
mas se disser mato-me mais uma vez.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Já se foi o tempo das margaridas...
Já se é a era das orquídeas...
Já se tem rosas sem espinhos...
Já se ia o girassol em dias de domingo.
Já se tem tulipa no vale.
Já se vê o sol no canela.
Já se encanta com a chegada dela.
Já se esgotam as flores mais belas...
Já se sente ela.
As flores já se iam...
O sol já se pôs...
Mas ela permanece ali.
Sempre nas manhãs!
Já se an...

Parabéns meu orgulho gongo!
A Castilho.


domingo, 20 de setembro de 2009

To sem inspiração.
Sem piração.
Sem ação.


Inerte.


Com medo desse fantasma chamado:
Sanidade.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

...

Ser Canceriano é um Câncer!

sábado, 12 de setembro de 2009

Só linhas...

Sinto um livro inteiro querendo escapuliar da minha boca...
As letras, pintadas à giz de mim, rabiscam todo o cerne.
Palavras de amor... sílabas de angústia... frases que as vezes não se completam.
Verbos desmedidos... Acentos na letra errada... Vírgulas separando tudo.
Mesmo assim tento escrever... A grafia é legível. Demais até.
As vezes apago e reescrevo novamente.
Tento sublinhar o que já foi dito. Tento desenhar o texto sem título
Sem aspas...
Restos de grafite vão dando formas em meu peito.
A parede que divide o  dorso parece completamente escrita.
Engano meu. Sempre há um espaço aonde se possa pintar...
O texto toma volume, com folhas avulsas e uma longa estória
escrita à canetas do meu sangue, das minhas lágrimas e do meu riso.
Reescrevo um capítulo sem saber o fim.
Invento um verso sem métrica definida.
Ou uma prosa mal acabada, já repetida.
Sem meias interrogações ou perguntas...
Sem rasuras.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Pé virado...

Sabe quando o dia nasce noite?
Pois é... hoje fez-se o "azar".
Tudo deu errado.
Uma surpresa atrás da outra:
  • A casa não ficou vazia.
  • Não teve a companhia.
  • Um vírus pairou no ar.
  • Uma vontade rompida.
  • Uma peça podre.
  • Depois um convite infundado.
  • Uma bebida melosa.
  • Uma saudade gostosa
  • Um assalto
  • Um desespero
  • Um problema
  • Um carro batido
  • Um medo.
  • Alguns fantasmas
  • Um cansaço
  • Uma leve vergonha.
...E uma vontade desmedida de se tornar livre.
de transformar o erro em acerto. E de voar pra outras bandas.
Um ninho só meu!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Ode aos sentidos!

Gosto do segredo.
De ser, meu degredo.
Gosto do mistério.
Do misto, do etéreo.
Gôsto da nostalgia.
Do tino, melancolia.
Gosto da puta.
da prosa fajuta.
Gasto a poesia.
Gesto da alma.
Gozo no groove.
Gosto da calma.


Odeio segregar, o desejo de amar.
Odeio poesia, só aquela sem valia.
Odeio o destino, prefiro o acaso.
Ode aos Deuses do afeto!


Amo a ousadia.
Calo a fala e viro linha.


Intensamente gosto, odeio e amo.
Desgosta?
Então me odeie e vai amar.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Tu e Eu

(de Luís Fernando Veríssimo)


Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
Eu não sei onde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
- que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu,lipa
Eu,calipto.

Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobão
eu sou mais albônico.
Tu,fão.
Eu,fônico.

És suculenta
e selvagem
como uma fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu,piniquim.
Eu,ropeu.

Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss, eu um místico.
Tu,multo.
Eu,carístico.

És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu,cano.
Eu,clidiano.

Dizes na cara
o que te vem a cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu,tano.
Eu,femismo.

( Não resisti! Isso é muito bommm!!!!  lambuzados? eu tô!)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Herança.

Deixei guardado debaixo da pedra um pouco
de azul pra você pintar uma folha.
Mistura ela com o amarelo dos teus olhos
e germina então a erva desse amor.
Verde à ela a cor vista em dias de verão.
Ah! Deixei preso na varanda um pouco de fitas
pra você enfeitar o vaso marrom.
Dissolve um pouco da gota guardada no xaxim
e acrescenta uma pétala dos seus cabelos de algodão.
Depois derrama sobre o broto já crescido um pouco
de vermelho dos seus lábios junto à essência tirada
do pescoço. Desse perfume adubo capaz de
exalar o mais sublime aroma.
Rega desde o talo até a linha que finda a semente germinada.
Põe na sombra pra secar. Abrace com as mãos e deixe que
seu calor fomente a seiva. Quando ela jorrar dentre os seus dedos
cave um novo vaso.
A receita é simples.
O importante é cultivar o que nasce.
Sem se preocupar com a herança deixada.


em memória.