segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Meu coração palpita.
Um medo.
Uma felicidade.
Palpite?
É...
Palpita.

Crítica ao espetáculo Uma vez, nada mais! 29/08/09

Assisti "Uma vez, nada mais". Espetáculo de Teatro sob a Direção de Hebe Alves.
O romantismo feminino é o tema da história contada.A peça traz a rotina de duas mulheres apaixonadas que
perpassam pelo suspense, ironia, sofrimento e o trágico-cômico para dialogar com o público. Resolvi registrar.
Fui obrigado a escrever.Primeiro, embasbacado com a interpretação de Aícha Marques e Maria Menezes.O corpo e movimentos segmentados, a precisão das formas e mímicas bem como o alto grau de contracena levaram à mim a atenção mais que absoluta. Fiquei imprescionado com as técnicas e com o talento de ambas.
O universo do cinema mudo e das antigas novelas de rádio deram o "tempero" requintado da proposta
de encenação. Tive a falsa ilusão de estar assistindo a um filme de Chaplin ou coisa parecida. Mas não.
 Era gente viva ali na minha frente. Parecia mágica. Parecia filme. Era tudo isso. Uma confluência
de linguagens,de referências, de Arte. Nunca vi nada parecido. Se é ou foi original não me interessa.
Fui ganho pelos olhos. Longe de criticar ou pré julgar qualquer coisa fui roubado pela magia. Magia
essa tão comum quando se trata de Arte. Somos roubados e apaixonados.Não tem explicação. Por trás,
porém, sabemos que existem mecanismos, técnicas e muito trabalho. Suponho que muito ensaio.
A estória era muito simples. Aliás tudo era muito simples.Cenário, figurino, trilha, luz ( maravilhosa
por sinal, com vários efeitos). O "requinte", o tom picante, a delícia de quem via era justamente
poder saborear a simplicidade sobre a égide de uma interpretação rica, precisa e bem executada.
Outro ponto que me chamou muita atenção foi com relação a cumplicidade entre atrizes e aparatos extra palco: música, sonoplastia, luz. Tudo era milimétricamente marcado, preciso, conciso. O tempo do movimento seguia o tempo de um foco de luz, de um som, de uma pausa.Você nitidamente percebia o cuidado com o público. O zelo.O espectador percebe isso. Eu, por exemplo, me sinto respeitado, abraçado e principalmente bem representado,contemplado.
Estou aqui tentando achar um defeito, alguma crítica negativa ou sugestão. Mas confesso, não consegui achar.
Eu tentei. Mas realmente eu que estou "mudo" diante de tal beleza. Por isso escrevo, por isso recomendo:
Uma vez, nada mais! deveria ser chamado por "Várias vezes, nada mais" como metáfora dos olhos de quem vê.
do TEATRO. Parabéns equipe. Parabéns, mais uma vez - nada mais, para o teatro baiano.


Formatura!!!!!!!!!!!!

(Depoimento de Lara, roubado de Lara, acompanhado por Lara. Culpa  de quem? hahaha)

Esse depoimento foi encomendado. Bruno exigiu que eu escrevesse depois do nosso programão de domingo. Seja por gratidão ou por vingança, aqui estou cumprindo o prometido. Nada mais justo que dedicar a ele esta postagem.


- Chegamos num momento que quanto pior ficar, melhor – disse eu depois de termos esperado duas horas para pegar os ingressos.

Começou com um convite pelo MSN: vamos a uma formatura ?


Vamos.


Banho, vestido, maquiagem e estava pronta.


Chegamos.


Chuva. Levar ou não o guarda-chuva para a solenidade? Levamos junto com a “cara de compreensão” para não ficar tão feio.


O teatro estava lotado, estávamos SEM lugares para assistir.


Esperamos do lado de fora, vimos por um telão. Detalhe: telão SEM som.


Não podíamos ir logo para a festa e nem parar um lugar fazer hora: estávamos SEM convites. Pretendíamos pegar com a formanda ( pelo “pretendíamos” você já pode imaginar que alguma coisa deu errado).


Acabou a solenidade, gente saindo pela culatra. E agente procurando a formanda.


- São quantas formandas mesmo? Noventa e sete.


Jacaré achou ? Nem ele e muito menos eu que nem sabia qual a cara da moça.


Saldo da noite:


• Sem cadeira,

• Sem convite,

• Sem bebida alcoólica,

• Um amigo encontrado,

• Uma pizza no Habbi’s,

• Dois sucos de abacaxi com hortelã,

• Um frappé

• E muitas, muitas risadas ...

domingo, 30 de agosto de 2009

Um..dois..três... e???

Durante semanas vivi um quase.
Tudo chegava à beira.
Chegava no segundo que divide a vontade do prazer.
O quase tudo, o quase nada.
Do ímpeto, transfigurava em torpor.
Do desejo, um quase calado
... um quase contido.
Mas sempre ali, na linha tênue do sim e do não.
Um talvez.
Acontece que tudo acabou.
O quase aconteceu.
Uma vez, nada mais. É o início.
Tudo começa de novo
O quase agora é outro.
Agora desabafado, sublime e entregue.
Definitivamente descobri que sou um homem de quases
E meu consolo é saber que eles sempre são superados.
Por isso pulei do muro.
Quase desisti mas você me deu coragem.
Agora é tudo ou nada. Será?
Quase.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Rascunho...

Quero escrever e não consigo
Escrever, te quero em pensamento.
Consigo querer e escrevo.
Penso e, assim, contigo consigo.
Deixa eu te esccrever comigo.


....
....
....

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Poesia automática???

Vi um menino correndo e a casa amarela sobre os trilhos do trem me segurou pelas mãos. O zás tinindo mudo sobre o teto dela apaixonou-se pelo pequeno gato da rua. Eu subi na estante e de lá avistei um muro, um mundo que cabia nas minhas mãos. A roda passava na minha frente e comecei a pintar de verde, rosa e
amarelo limão. Pulei do alto e me deitei sobre o tapete de folhas pretas. A casa aos poucos ia se desmanchando em flor. Passei pelo lado da frente e pulei a ponte de panos coloridos. Depois molhei a face com a gota de um palhaço, uma lágrima vermelha que desceu do seu rosto e me pintou também...

Pintando...

Vou pintar tudo de azul...
Como não pensei nisso antes???

Desabafo...

Versejo o mesmo verso desde o inverno.
Sinto sucumbir a própria plenitude que outrora desejei.
Afago o pranto com letras e destrezas.
Revisito o infinito de mim, de me revelar
E transmutar a própria essência.
Capaz de adormecer o novo tom que se aproxima.
Cavo, curvo e sempre curo o espinho machucado em mim.
Quando se apagam os sóis e a nova aurora reluzir!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

"A remela no olho é o primeiro sinal da minha podridão. Quando durmo, tudo que de mim exala, tudo que se esconde e que escondo no esconderijo meu transborda do corpo e pede arrego. Procura um novo espaço pra que possa sair. Uma saída. Um vão que se abre e não se fecha. É quando expulso tudo que fede, tudo que pede e não pode. Os poros se abrem, a natureza elimina, esvazio, então, do corpo toda vontade reprimida, tudo o que é sujo vem à tona. Livro-me do excremento meu. Minto que estou limpo e torno a dormir."


( Trecho do curta "O Sinal". Roteiro Bruno de Sousa)

domingo, 23 de agosto de 2009

Pé de Saudae!

Ai que saudade da inocência
Dos tempos da picula e dos bombons da quitanda da frente.
Saudade das viagens de fim de ano. Dos passeios do fim de semana.
Das águas que já me beberam e nelas me atirei.
Das árvores que já subi pra tirar fruta alheia.
Pé de limão. Limoeiro.
Dos galhos que me sustentavam e do vento que entrava pela janela.
"Vai pra varanda brincar menino"!
Ai que saudade!
Do pé sujo de rua, do quarto de dois e do leite morno antes do afago,
do sono brando e sossegado.
Do moleque que jogava bola no vizinho.
Das tardes de domingo e do parque tão sozinho.
Saudade até do bicho papão que, escondido debaixo da cama,
impedia que eu pulasse do beliche.
Saudade do menino que chorava sem querer
Sorria ao amanhecer e na tarde rezava. Crescer.
"Volta menino! Volta pra sua casa!"
Volta pra peteca, pra o brinquedo e pro quintal.
Não deixa o algodão doce derreter...
Deixa aflorar um novo menino
Bola de gude virou saudade.
(Bate a porta com a chave dentro)
Ai! Quanta saudade!
Agora é tudo realidade
Pé de limão não é mais limoeiro...
Rega o pé. Aduba o pé. Cresce o pé.


Tanto pra dizer...


Nada pra falar...


Falo ao redizer...


Digo a fala ao ar...


Sei de tudo.


Sabe nada.


Finjo e mudo.


Calo a fala.


Redigo.


Atiro.


Alívio.


Me livro.


Grito.


Surdo no silêncio.


Escuto.


Um susto!


Custo...


Um curso...


Sussurro.


Engulo...


Mastigo...


Regurgito...


Assim vivo...


Uivo.


Vôo.

Digo!



17/07/2009
Viva Lara!
Ela me convenceu... rsrsrs

Eu vi... Aí escrevi... Crítica? Acho que impressões...

Fui arrebatado.
Um domingo que ,à principio, seria mais um dia de marasmo e

ócio, nada mais se tornou que uma "maquina" turbulenta, de

puro exercício emocional. Arrebatamento.

Tudo estava parado, calmo como de costume. Rotina. Domingo.

Até que de súbito um convite me veio à tona. Era o presságio.

A hora do turbilhão se vingar... Por dentro me senti tocado,

sentido, reflexivo. Acho que meu coração pensou. É possivel?

Ao passo que foi. Ao acaso. Ali, sentado. À beira de um precipício.

No alto dakele lugar, onde no fim, no centro daquele espaço, irradiou em mim

uma estória casual. Um caso. Um casal.

Voltei no tempo, nos tempos, e me peguei no hoje. Como as relações são frágeis.

Como o homem é mesquinho. Como ele é cruel. E como ele é vítima também.

Se o homem é uma maquina, é óbvio que ela é falha. Ela trabalha mas ela para.

E realmente parou... Ali, diante dos meus olhos. Da minha respiração que acompanhava cada

palavra dita. Cada gesto afetuoso. Cada grito eufórico. De Zé, de Nina, de tantos outros, Franciscos,

Madalenas, Fernandos ou Marias desse mundo afora. Os "eus" e "eles" absurdos e humanos. Ali

diante dos meus olhos. Do susto. Real. Realista. Quase surreal. Um texto. Um impasse. Uma arte.

Plínio me arrebatou. O senhor diretor mexeu nas minhas vísceras. Os atores me convenceram.

Me fez passear nos anos 68, 78, 88.. 2008 e outros que ainda hão de vir.

Quando as maquinas param... me parou!

Ali, inerte. Entre o gozo do riso e o choro engasgado na garganta.

Fui arrebatado!



16/08/09 ( Peça "Quando as máquinas param" -  Teatro Martim Gonçalves)
Voar...


Eu quero voar.

No ar, com as aves sonhar...

Flutuar.

Poder subir... subir...subir...

Virar nuvem.

Eternizar.

Passar pela roda gigante,

Ouvir o barulho do vento,

Sentir o silêncio dos céus...

Depois virar estrela cadente...

Passar pelos arco-íris, colorir..

Ah! eu quero voar..

Asas já não me faltam.
E lá vou eu...
Mostrar a escrita. Não a minha.
À minha.
Escrever é um dom.
Ocultá-lo é um crime.
Já dizia eu dentro de mim.
E lá vou eu...