domingo, 23 de agosto de 2009

Pé de Saudae!

Ai que saudade da inocência
Dos tempos da picula e dos bombons da quitanda da frente.
Saudade das viagens de fim de ano. Dos passeios do fim de semana.
Das águas que já me beberam e nelas me atirei.
Das árvores que já subi pra tirar fruta alheia.
Pé de limão. Limoeiro.
Dos galhos que me sustentavam e do vento que entrava pela janela.
"Vai pra varanda brincar menino"!
Ai que saudade!
Do pé sujo de rua, do quarto de dois e do leite morno antes do afago,
do sono brando e sossegado.
Do moleque que jogava bola no vizinho.
Das tardes de domingo e do parque tão sozinho.
Saudade até do bicho papão que, escondido debaixo da cama,
impedia que eu pulasse do beliche.
Saudade do menino que chorava sem querer
Sorria ao amanhecer e na tarde rezava. Crescer.
"Volta menino! Volta pra sua casa!"
Volta pra peteca, pra o brinquedo e pro quintal.
Não deixa o algodão doce derreter...
Deixa aflorar um novo menino
Bola de gude virou saudade.
(Bate a porta com a chave dentro)
Ai! Quanta saudade!
Agora é tudo realidade
Pé de limão não é mais limoeiro...
Rega o pé. Aduba o pé. Cresce o pé.

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