sábado, 12 de setembro de 2009

Só linhas...

Sinto um livro inteiro querendo escapuliar da minha boca...
As letras, pintadas à giz de mim, rabiscam todo o cerne.
Palavras de amor... sílabas de angústia... frases que as vezes não se completam.
Verbos desmedidos... Acentos na letra errada... Vírgulas separando tudo.
Mesmo assim tento escrever... A grafia é legível. Demais até.
As vezes apago e reescrevo novamente.
Tento sublinhar o que já foi dito. Tento desenhar o texto sem título
Sem aspas...
Restos de grafite vão dando formas em meu peito.
A parede que divide o  dorso parece completamente escrita.
Engano meu. Sempre há um espaço aonde se possa pintar...
O texto toma volume, com folhas avulsas e uma longa estória
escrita à canetas do meu sangue, das minhas lágrimas e do meu riso.
Reescrevo um capítulo sem saber o fim.
Invento um verso sem métrica definida.
Ou uma prosa mal acabada, já repetida.
Sem meias interrogações ou perguntas...
Sem rasuras.

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