segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Quem tem boca fala o que quer!


Esse dito popular, frase clichê, ditado desmedido, desaforo acomodado, ou sei lá como queiram chamar, desce seco em mim. Goela à baixo. Violento e não mastigado. E eu me pego assim ferido, assim fadado, assim doído. E me dizem: fique calmo, é um aviso. Essa coisa de falar, de dizer, de cuspir palavras ao vento nunca foi a minha. Essa tara de julgar, comentar e redizer me alucina, me entristece, repugna. Esse vício de jogar letras em frases descontínuo, desregrado, destemido fere o ouvido. Cega o instinto. Cala o ânimo. É preciso bom senso. Cada vez vejo menos. É preciso cautela. Sinto alvoroço. Essa capacidade do ser humano de cuspir palavras, digo cuspir porque é só o que se vê: opiniões infundadas, desrespeita o próprio dom da fala. Todos dizem o que querem, cospem o que querem, assim irresponsáveis, sem o mínimo cuidado com a própria boca, língua, fala solta. Pois é... Se quem tem boca fala o que quer... É bom que não pense pra falar... Continue cuspindo o seu talento de papagaio porque em terra de bocas quem pensa é rei.

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