Que as asas desse pássaro teimoso que habita aqui
Sobrevoe as labaredas desse teu peito breu.
Que essa dor que insiste em me apagar, morra junto
Com o que há de nascer, depois da alvorada.
Ainda olho, ainda vejo, ainda preciso e do desejo: eu
bandido.
Vou me roubando, furtando de mim mesmo os sentimentos que me
invadem
Assassinando sem dó as rédeas desse coração já banido e
deflagrado em pó.
As asas estilhaçadas, talvez por algum tiro em devaneio no
escuro.
Caído sobre o alpendre de que não há salvação
Senão a sina de se estar a beira do abismo que é convalescer.
Vai, ladrão, furta a dor também.
Leva essa angústia que circunda os ares já falidos, os desejos
já negados e a saudade em revoada.
Que haja solução para asas fadigadas.
Que haja ninho.
Que haja céu aí.
Que seja pássaro esse amor.
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