sábado, 19 de novembro de 2011

Que seja doce.

A cama uma escada.
A de cima arrumada, cobertor, travesseiro e confusão
A de baixo arrumada, lençol, macia, paixão.
Dois níveis.

Lá uma armadura
Cá uma flecha
Lá um misterio
Cá um delírio
De cima a imponência, a razão, a defesa
Embaixo a tranquilidade, a clareza, o porto
Um beijo
Uma negação
Duas vontades
Uma cautela
Dizia estar num turbilhão
Crise de solidão. De querê-la então.
Silêncio. Silêncio. O olhar que se cruza. O medo do açoite.
O fim, o abismo, o desespero.
Para! Vive! Deixa! Relaxa! Queira! Confia!
Eu sei, é confusão. Não sei explicar. Tempo, tempo, tempo.
Fim de conversa. Já entendi. Tempo concedido. Relógio parado. Pairado naquele quarto.
Ta tudo bem... Relaxa!
....

Só não sei o que fazer.... Como agir...
Rimos da cena. Era uma cena. Dava uma cena.
Vamos beber?
Vamos...
Brindar a vida. Brindar o tempo. Brindar a crise!
A cama já não era cama.
Um muro.
Uma fresta. E a gente volta e meia se espiava.
Um muro. Um mundo.
Primeiro o champanhe.
Depois vinho.
E a música que embalava aquela cena foi ficando doce.
E tudo era doce...
E que seja doce...
E o beijo já doce se fez dragão.
Era tudo cena da mais pura verdade, da mais pura vontade...
Uma cama... duas camas... e aquele tempo já era infinito.



















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